Ontem noticiava o jornal Diário Insular, a respeito da Gala anual da Revista Vinhos, a determinado passo: “O Terrantez do Pico by António Maçanita, 2011, foi também considerado pela Revista Vinhos um dos melhores vinhos portugueses de 2012. É originário de uma casta exclusiva dos Açores e resulta do trabalho conjunto do enólogo António Maçanita e dos Serviços de Desenvolvimento Agrário de S. Miguel, que recuperaram esta casta que se encontrava em vias de extinção." (sublinhado nosso)
Já há dias que circulava pelos media e não só, essa distinção ao vinho Muros de Magma da Cooperativa dos Biscoitos e de uma menção honrosa ao vinho de António Maçanita e até aí nada a comentar, mas sim a elogiar.
Mas logo no fim a referência explícita de que seria o tal enólogo Maçanita e o Serviço de Desenvolvimento Agrário de S. Miguel, “que recuperaram essa casta – Terrantez do Pico – que se encontrava em vias de extinção” deixou-me perplexo ao não haver qualquer referência nem à CVR-Açores, nem ao SDA do Pico… Seria mesmo assim? Não, não era.
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Felizmente que alguém se prontificou a elucidar mais ou menos nestes termos: “é importante haver um esclarecimento por quem tem a devida autorização para o fazer. Não é a primeira vez que esta notícia vem a público, e enquanto o esclarecimento não aparece aqui fica uma pequena nota: não são o António Maçanita e Serviço de Desenvolvimento Agrário de São Miguel quem anda a salvar o que quer que seja nas vinhas do Pico e dos Açores. Se as castas tradicionais açorianas (incluindo o Terrantez), únicas e com um potencial enológico fantástico, estão a ser preservadas, deve-se sim a um trabalho da então Direcção Regional do Desenvolvimento Agrário (agora Direcção Regional da Agricultura e Desenvolvimento Rural), a nível regional - Seleção genética e sanitária das castas tradicionais dos Açores. Grupo de Trabalho Regional - que envolvem técnicos das ilhas Terceira, Graciosa e Pico e que por acaso o SDA São Miguel faz também parte, para já não falar do Instituto Superior de Agronomia (Prof. Antero Martins), a Estação Vitivinícola Nacional (Dr. Eiras Dias) e a CVR- Comissão Vitivinícola Regional dos Açores.”
Tinha então eu razão para ter ficado “espantado” com a ligeireza da referência noticiosa, apenas ao enólogo Maçanita e ao SDA de S. Miguel…
Fica assim, modestamente, reposta a verdade dos factos e é de justiça aqui deixar também uma palavra de aplauso aos técnicos do Serviço de Desenvolvimento Agrário, na área vitivinícola, da nossa ilha, à anterior DRDA e à CVR-Açores.
Apenas para realçar o prestígio nesta área que a ilha do Pico justamente desfruta, ainda bem que é assim e não como – em meia verdade - se noticiava…
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